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Câmara dos Deputados deve fazer audiência pública em SC para discutir APA

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Câmara dos Deputados deve fazer audiência pública em SC para discutir APA

Moradores do litoral sul de Santa Catarina seguem enfrentando incertezas e dificuldades práticas diante dos desdobramentos legais relacionados à Área de Proteção Ambiental (APA) da Baleia Franca. Em Jaguaruna, a situação se agravou com os cortes de energia elétrica em residências construídas em Áreas de Preservação Permanente (APP), ao mesmo tempo em que cresce a mobilização política para revisar os limites da APA. A deputada federal Geovania de Sá (PSDB) propôs a realização de uma audiência pública em Santa Catarina para discutir os impactos da atual delimitação da área.

Câmara dos Deputados deve fazer audiência pública em SC para discutir APA

Projeto de lei propõe revisar limites da APA da Baleia Franca

Tramita na Câmara dos Deputados o Projeto de Lei 849/2025, de autoria da deputada federal Geovania de Sá, que propõe a revisão da atual configuração da Área de Proteção Ambiental (APA) da Baleia Franca. A proposta tem o objetivo de restringir a APA à faixa costeira, alinhando-se ao modelo adotado de Florianópolis a Imbituba, e afastando o limite da APA de áreas urbanizadas e consolidadas.

A deputada alega que, atualmente, a APA inclui extensas áreas terrestres urbanas e rurais, sem critérios ambientais técnicos adequados, afetando cerca de 200 mil pessoas, muitas das quais residem em imóveis erguidos há décadas. “Nosso projeto busca garantir o direito de famílias catarinenses que vivem em suas casas, ameaçadas por normas que extrapolam os limites da proteção necessária”, disse a parlamentar.

Cortes de energia aumentam tensão entre moradores e autoridades

Enquanto o debate político se intensifica, moradores de Jaguaruna vivem uma realidade dura e imediata. Na terça-feira (16), novos imóveis no bairro Campo Bom tiveram o fornecimento de energia cortado pela Celesc. A justificativa para os cortes é a ocupação de APP, o que, segundo decisões judiciais recentes, impede a concessionária de manter ou instalar o fornecimento de energia elétrica.

Emocionado, um morador do bairro escreveu: “Vocês falam de Reurb e a gente também quer. Mas como regularizar com geladeira vazia e a vela no café? O certo não é cortar primeiro, o certo é esperar.”

Os cortes se intensificaram após decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), motivada por ação do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), que reverteu decisões anteriores favoráveis à ligação de energia em áreas consideradas irregulares. A medida tem impacto direto sobre centenas de famílias, que agora convivem com o medo constante de perder o acesso à energia elétrica.

Delimitação da APA atinge nove municípios e 154 mil hectares

A APA da Baleia Franca foi criada com o objetivo de proteger áreas de importância ecológica no litoral sul catarinense, incluindo o habitat da baleia-franca. Sua extensão atual cobre cerca de 154.867 hectares e se estende por 130 km de costa, abrangendo nove municípios, entre eles Jaguaruna.

De acordo com Geovania de Sá, em Jaguaruna a situação é crítica, pois cerca de 33% do território terrestre do município está incluído na APA. Isso gera impedimentos para obras, regularizações fundiárias e desenvolvimento urbano, afetando diretamente mais de 50 mil propriedades — muitas consolidadas, mas consideradas irregulares.

Conflitos com planos diretores e legislação ambiental

A parlamentar afirma que a configuração atual da APA gera conflito direto com os planos diretores municipais e não observa critérios compatíveis com o Código Florestal. “Além de omitir áreas realmente relevantes para a preservação, a delimitação atual inclui bairros urbanos já ocupados há décadas. É preciso revisar essa área para garantir segurança jurídica e justiça social”, pontua Geovania.

Mobilização política busca conciliação entre meio ambiente e habitação

A situação motivou ações no Congresso Nacional e também no Legislativo estadual e municipal. Na Câmara Municipal de Jaguaruna, foram aprovadas moções de apoio aos Projetos de Lei nº 849/2025, da deputada Geovania, e nº 2227/2025, do senador Esperidião Amin. Ambos propõem alterações na delimitação da APA para promover equilíbrio entre a preservação ambiental e o desenvolvimento sustentável.

Em moção apresentada pelo vereador Gilmar da Rosa, os parlamentares destacam que os projetos são respostas sensatas a um problema que afeta diretamente milhares de famílias e que a manutenção da proteção ambiental deve ser acompanhada de respeito aos direitos sociais.

Requerimento ao ICMBio sobre regularização fundiária

O vereador Evandro Pacífico também encaminhou requerimento ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), solicitando informações sobre as áreas que já receberam anuência para a Regularização Fundiária Urbana (Reurb). O objetivo é esclarecer o processo e orientar moradores que desejam regularizar seus imóveis dentro da legalidade.

“É preciso transparência sobre como proceder. A população quer se regularizar, mas não encontra um caminho claro. O papel do ICMBio é fundamental nesse processo”, afirmou o vereador.

Próxima audiência pública será realizada em Santa Catarina

A Câmara dos Deputados, por solicitação de Geovania de Sá, prepara uma nova audiência pública para debater a situação da APA em Santa Catarina. A data ainda está sendo definida, mas o evento deverá ocorrer nas próximas semanas. A iniciativa busca ouvir moradores, ambientalistas, representantes de instituições públicas e especialistas em direito ambiental.

A última audiência, realizada em Imbituba, evidenciou o grau de complexidade do tema e a necessidade de diálogo entre os diferentes setores envolvidos. A expectativa é que a nova audiência aprofunde esse debate e contribua para um entendimento que permita proteger o meio ambiente sem penalizar populações tradicionais e comunidades consolidadas.

Conclusão

A discussão sobre a APA da Baleia Franca em Jaguaruna e região é um reflexo do desafio nacional de equilibrar preservação ambiental com justiça social e direito à moradia. O avanço de projetos de lei no Congresso, a pressão da população e a atuação do Legislativo local indicam que a revisão dos limites da APA pode ser uma solução viável e necessária.

Enquanto isso, famílias continuam enfrentando dificuldades básicas, como o acesso à energia elétrica, em meio a decisões judiciais e impasses regulatórios. A audiência pública solicitada pela deputada Geovania de Sá será uma oportunidade crucial para buscar consensos e evitar que o direito à moradia e à dignidade seja ofuscado pela rigidez técnica de normas ambientais mal calibradas para a realidade local.

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