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Uma operação de grande escala, batizada de “Cavalo Paraguaio”, foi deflagrada nesta quarta-feira (4) pela Polícia Civil de Santa Catarina, desarticulando uma das organizações criminosas mais ativas do estado no furto e envio ilegal de caminhões e semirreboques para o Paraguai. A ação resultou na prisão de quatro pessoas em Sangão, além do cumprimento de mandados em outros municípios de Santa Catarina e do Paraná.
Considerada a mais estruturada organização criminosa de Santa Catarina especializada no furto de caminhões, o grupo alvo da operação “Cavalo Paraguaio” tinha atuação interestadual e transnacional. O esquema criminoso envolvia desde a identificação de alvos em pátios de oficinas e postos de combustíveis até a remoção dos veículos para o Paraguai, onde eram vendidos com documentos e placas falsificados.
Na cidade de Sangão, quatro pessoas foram presas. Entre os detidos, um casal residente na localidade de Orvalho e um homem no bairro Rio Rincão. Segundo a investigação, eles atuavam como parte logística da quadrilha, repassando informações estratégicas aos comparsas localizados fora do estado e no Paraguai.
No total, foram deferidos 9 mandados de prisão e 11 mandados de busca e apreensão. Os mandados foram cumpridos simultaneamente em Sangão-SC, Tubarão-SC, Maringá-PR e Santa Terezinha de Itaipu-PR.
O nome da operação — “Cavalo Paraguaio” — faz referência ao modo de atuação da quadrilha. Os criminosos atravessavam a fronteira entre o Brasil e o Paraguai dirigindo caminhões-tratores (também chamados de “cavalos mecânicos”), usados para rebocar os semirreboques furtados em solo brasileiro.
Após realizarem levantamentos em Santa Catarina, os criminosos organizavam comboios que vinham até o sul do estado. Os furtos ocorriam principalmente em locais com pouco monitoramento, como pátios de oficinas mecânicas e postos de combustíveis. Os alvos eram caminhões-tratores e conjuntos completos com semirreboques.
Em seguida, os veículos tinham as placas substituídas por placas paraguaias. A quadrilha também realizava inspeções minuciosas nos caminhões, a fim de localizar e remover eventuais rastreadores antes de cruzarem a fronteira.
O grupo investigado demonstra alto grau de especialização, operando com articulação entre diferentes estados brasileiros e com ramificações no Paraguai. Parte dos veículos furtados foi localizada no exterior já com sinais claros de adulteração, evidenciando a sofisticação da quadrilha.
Segundo a Polícia Civil, ao menos 15 furtos de caminhões e semirreboques já foram ligados diretamente à organização. Alguns desses veículos foram recuperados graças à atuação coordenada entre as forças de segurança brasileiras e paraguaias.
O líder do grupo, cujo nome não foi divulgado por razões legais, é apontado como figura central no esquema e tem um histórico criminal de mais de 20 anos. Contra ele já foram instaurados mais de 12 inquéritos policiais relacionados a crimes semelhantes, sendo considerado um indivíduo de alta periculosidade.
A operação contou com o trabalho conjunto de várias forças de segurança. A Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos da DEIC (SC) coordenou a ação, que teve apoio das Delegacias de Pescaria Brava, Sangão e Capivari de Baixo.
Além disso, participaram da operação:
As investigações continuam para identificar e responsabilizar todos os integrantes da organização criminosa. A Polícia Civil informou que o grupo ainda pode estar ligado a outros crimes semelhantes, e que novas fases da operação não estão descartadas.
“Esta é uma resposta forte do Estado contra o crime organizado. A articulação interestadual e a cooperação internacional foram essenciais para que a operação obtivesse sucesso”, destacou um dos delegados envolvidos no caso.
A operação Cavalo Paraguaio representa um golpe significativo contra o crime organizado no sul do Brasil. Ao desarticular uma rede especializada em furto de caminhões e envio de veículos ao exterior, as forças de segurança mostram a eficácia do trabalho integrado entre estados e países. A população catarinense pode ver na ação um sinal claro de que a criminalidade estruturada está sendo combatida com inteligência, estratégia e rigor legal.